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23 de jul. de 2014

Quer treinar kung fu, então veja como era antigamente! Na China

Muitos praticantes de kung fu não tem a menor ideia de como era feito aShaolin por aqueles que queriam ser discípulos vou colocar aqui algumas das iniciações para que você tenha ideia de que não era tão fácil quanto é hoje, treinar kung fu.

Segundo relatos antigos, os novos discípulos eram admitidos no templo no início da Primavera, que coincidia com tempo das grandes chuvas.
Nesses dias os pais que desejavam que seus filhos se tornassem monges, os levavam ao pátio frontal às escadarias do templo e lá os deixavam sozinhos, aguardando que os monges os convidassem a entrar. essas crianças tinham em média de 7 a 12 anos de idade. Considerando-se os capetinhas que são as crianças dessa idade, imagine como eram rigorosos os testes que descreverei a seguir. Os monges não abriam logo as portas do templo (as vezes demoravam dias) e as crianças eram obrigadas a suportar ao relento o sol e as chuvas torrenciais que costumavam cair nessa época do ano. Muitas das crianças abandonavam a espera e retornavam para as suas casas. Outras crianças eram conduzidas por seus próprios pais pois não suportavam vê-las sofrerem. 

Embora não abrissem as portas, os monges observavam o comportamento das crianças e iam selecionando aquelas que consideravam suficientemente disciplinadas para suportar as árduas disciplinas do templo. Quando as portas se abriam os monges mandavam de volta para as suas casas, as  crianças que consideravam que não suportariam seus ensinamentos. As demais crianças eram admitidas no primeiro pátio interno e conduzidas a uma grande mesa onde já estava sentado um velho monge (geralmente o patriarca do templo). Quando sentavam à mesa eram observados seus comportamentos. se pediam comida (podiam estar a três dias sem comer) eram servidos e depois mandados para a as suas casas pois era considerado  indecoroso pedir comida ao invés de aguardarem o momento de serem servidas. Se corriam para a mesa avidamente, ou apressadamente demais, também eram dispensadas. Aos que passavam por este teste, eram dadas uma tigela sem fundo, uma grande bolacha seca e achatada (do tamanho do fundo da tigela) e era servido o chá. O procedimento correto era forrar o fundo da tigela com a bolacha para que pudesse ser servido o chá sobre ela. Aqueles que não o faziam eram dispensados sumariamente pois não eram considerados suficientemente inteligentes para aprender os ensinamentos do templo. Se a criança agisse corretamente, colocando a bolacha no fundo da tigela mas começasse a tomar o chá antes do monge idoso que estava sentado à mesa, era mandada de volta para casa pois o respeito aos idosos era de grande importância na cultura chinesa. Supondo que o garoto conseguisse superar esses testes, ainda haveriam outros. Logo em seguida a essa fase lhe era entregue uma vassoura e lhe ordenavam que varresse o pátio. Mal ele tivesse terminado de varrer surgia algum monge com os pés enlameados e sujava todo o lugar que havia varrido.
assim que o monge porcalhão desaparecia por uma porta qualquer, surgia o monge que lhe havia ordenado que varresse o lugar e o interpelava, mais ou menos assim:
"Eu não mandei que você varresse esta sala(interrogação)! Olhe só a imundície! Você é um vagabundo que não sabe obedecer ordens!"
Se o garoto resmungasse que já tinha varrido ou que depois que tinha varrido, tinha vindo um cara e sujado tudo outra vez, era mandado embora, pois não tinha suficiente dedicação ao trabalho para permanecer no templo. O garoto deveria abaixar a cabeça e continuar a varrer sem proferir nenhuma palavra. Esse teste da varredura era repetido diversas vezes, como prova de humildade, a paciência  e da perseverança do postulante. Havia uma grande variedade desses testes em que o monge que mandara o postulante varrer retornava e afastava um painel que dava para outra sala, tão grande quanto a primeira. Em seguida interpelava o  garoto perguntando por que não varrera a outra sala também. Se o menino respondesse que não tinham lhe ordenado que varresse a outra sala, era dispensado. seu procedimento deveria ser de extrema humildade, deveria abaixar a cabeça e continuar a varrer sem retrucar. Pessoalmente não acredito que algum garoto brasileiro superasse satisfatóriamente essa prova, a menos que tivesse sido previamente instruído como deveria se comportar.

*Depois me chamam de radical quando mando um aluno embora por problemas de disciplina ou quando não aceito o retorno de ex-aluno, que se afastou da escola sem um motivo justificado!

Matéria de autoria do escritor e Mestre de kung fu Sr. Marco Nataly...
iniciação no Templo

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